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Uma crónica que deveria envergonhar o Record e sobretudo os adeptos do seu clube
“Para tentar fazer voltar à Pátria alguns das dezenas de milhares de jovens que nos tempos desgraçados da troika tiveram de emigrar de Portugal, sem trabalho e sem futuro, o governo lançou há tempos o Programa Regressar.
De acordo com ele, os emigrados de regresso beneficiariam de 50% de desconto durante 5 anos sobre os rendimentos de trabalho no IRS. Excelente propósito através do qual uma Pátria carregada de remorsos queria fomentar a volta a casa dos seus queridos filhos, tão cedo daqui escorraçados.
O que o governo não podia adivinhar é que o Benfica, essa pátria instituição, se lembrasse de lançar mão de tal mecanismo não para beneficiar jovens portugueses com dificuldades financeiras para regressar, mas sim jogadores de futebol, estrangeiros e milionários, que assim podem ganhar salários ainda mais altos pagando metade dos impostos que qualquer português que ganha um vigésimo ou menos do que eles ganham paga. Primeiro, foi o ‘pobre’ Otamendi, agora parece que se vai seguir o ‘pobre’ Di Maria, a quem o Benfica também seduz, com uma taxa de 25% de IRS. E parece que isto é considerado uma jogada de grande inteligência.” Isto foi o que escreveu Miguel Sousa Tavares no Record.
Não vou dizer muito mais. Pepe regressou com o mesmo desconto.
Marcano, depois de ter saído a custo 0 e novamente comprado por 3 milhões, regressou com o mesmo desconto.
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O Miguel deveria ter sido mais rigoroso a falar nos descontos de quem regressa pois o seu clube tem beneficiado da mesma medida. Preferiu atacar o Benfica e os seus reforços em vez de atacar a exclusão das provas europeias do seu clube caso não vendam até ao fim do mês.
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