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A Benfica SAD reuniu-se nesta quinta-feira em Assembleia Geral ordinária e, na convocatória para a reunião, há cinco pontos que fazem a ordem de trabalhos. O primeiro é a apreciação e deliberação sobre o Relatório e Contas relativo a 2022/23.
No fundo, os acionistas vão votar sobre a aprovação dos resultados. A gestão da SAD encarnada vai apresentar números e argumentos que, desde já, se podem antecipar, até porque terá de explicar alguns pontos: como o aumento de custos com pessoal ou até, da leitura que faz das subidas do passivo e do ativo da firma.
1. O óbvio
Desde logo, o mais óbvio. O Benfica foi campeão nacional. O desempenho desportivo da temporada é visto pela administração como um sucesso, não só pelo 38.º título como participação na Liga dos Campeões. Há, ainda, argumentos dentro desta performance que é previsível serem encaixados na argumentação: o futebol praticado, a aposta em jovens do clube, alguns deles vencedores da Taça Intercontinental sub20.
2. Os 4,2 milhões
A seguir, o outro dado relevante da gestão e, ao fim e ao cabo, aquele que está mesmo em votação. A Benfica SAD apresentou resultados de 4.2 milhões positivos. É aqui que reside, prevê-se, a maior argumentação da administração da SAD. Porque aquele número não é apenas um número, são vários e que são elencados a seguir.
3. Rendimentos sem atletas
Os números são públicos desde que o Relatório e Contas foi conhecido, mas são eles que vão ser enfatizados mais logo, pelas 19 horas. Ou seja, a SAD vai sublinhar que neste exercício de 2022/23 conseguiu o máximo histórico de rendimentos operacionais sem contar com as vendas de atletas. Um valor de 195,8 milhões de euros.
4. Subida de todas as rubricas
Nas receitas operacionais, a SAD encarnada irá argumentar que houve uma subida significativa em todas as rubricas. Isto é: os direitos televisivos subiram 3,3%, a publicidade e patrocínios 18%, o arrendamento de espaços 45,5%, a bilhética e o Corporate 34,3%: neste particular, 75 por cento da lotação da Luz estava preenchida antes de o campeonato começar, com 45266 Red Pass vendidos; quanto ao Corporate e lugares executivos (que são 4,4 por cento da lotação da Luz), os 125 camarotes foram adquiridos (receita a subir em 25,4 por cento) e mais de 1100 lugares executivos foram garantidos.
5. Vendas de atletas
O resultado é obtido mesmo com o rendimento da transação de atletas a ser o segundo mais baixo de sempre. O Benfica vendeu Enzo Fernández (121 milhões de euros) durante o exercício, naquela que foi a segunda maior venda do emblema da Luz, depois de João Félix. Porém, o montante do argentino esbate-se devido a compromissos com terceiros. Ainda assim, quando se junta os resultados operacionais e as transações de jogadores, este é o segundo melhor exercício da SAD, superado por aquele em que o Benfica vendeu Félix ao At. Madrid.
6. Gastos com intermediação
Tema que, por norma, gera debate entre adeptos, a diminuição nos gastos de intermediação na transação de jogadores é outro ponto que a SAD deve apresentar como positivo, uma vez que vai relatar um decréscimo de 8 para 6,4 por cento neste aspeto, no que toca às vendas brutas de atletas.
7. A subida dos custos operacionais
No R&C lê-se que o total dos Gastos Operacionais se situou nos 245,774 milhões de euros. Uma subida de 1,3 por cento. A maior subida é em Fornecedores de Serviços Externos (FSE), mas os custos com pessoal também aumentaram: 1,9 por cento, com a SAD a argumentar que isso se deve a prémios pelo desempenho desportivo e que a remuneração fixa até desceu: o valor apresentado é de 77,5 em 2022/23 vs 79,165 no exercício anterior.
8. Ativo a crescer e passivo também
Outro dos argumentos que a SAD deverá apresentar é que o ativo cresceu mais do que o passivo, o que vai requerer uma breve explicação. A subida de 4,5 por cento do ativo é a oitava consecutiva – sucedeu mesmo nos dois exercícios negativos anteriores – mas em termos percentuais é menor que a subida do passivo: 4,7 por cento. Ou seja, o argumento é com o valor que é de mais 24,1 milhões no ativo e de 19,9 milhões no passivo.
9. A banca e os empréstimos obrigacionistas
No relatório e contas, é possível verificar no passivo os empréstimos bancários dos últimos cinco exercícios. Dos 12,6 em 2018/19, a SAD aumentara para 38,09 na época seguinte e desde então diminuiu (34,1 em 2020/21 e 26,5 em 2021/22). Para este exercício, essa rubrica situa-se praticamente nos três milhões de euros. Por outro lado, há uma subida de 15 por cento nos empréstimos obrigacionistas – como a SAD irá justificar? Possivelmente, com o crescimento das taxas de juro de referência. Será esse o argumento para que os resultados meramente financeiros presentes no R&C sejam negativos em 11,9 milhões.
10. Dívida líquida
A descida da dívida líquida é outro ponto que a gestão da SAD irá usar para convencer a assembleia de aprovação das contas. Baixou 4,5 por cento, ou seja, é agora de 140,8 milhões, o que corresponde a menos de metade dos rendimentos de um ano: é de 48,5 por cento desse valor.
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Há, na convocatória, outros pontos. São eles a «apreciação geral da administração e fiscalização da Sociedade, «deliberar sobre a política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização e dos membros da Mesa da Assembleia Geral» e, por fim, «deliberar sobre uma alteração ao acordo relativo à alienação das ações representativas da totalidade do capital social das sociedades Benfica Estádio – Construção e Gestão de Estádios, S.A. e Benfica TV, S.A».
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