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Esperei alguns dias até escrever este artigo, porque queria digerir bem a notícia, queria ler algumas opiniões e ouvir outras. Mas no fim fiquei na mesma como quando vi Otamendi com a braçadeira de capitão – lixada. Com F grande, mas ainda não quero escrever essas coisas na Internet, se bem que as disse.
Vamos partir de um ponto, que quem me lê mais vezes já sabe, mas quem nunca me leu fica a saber – não gosto de André Almeida nem de Pizzi. Não, meus amigos, não foi por que o André Almeida deu cabo do joelho que virou subitamente santo e grande jogador na minha opinião – um joelho estragado não transforma todos em Mantorras. E o meu desgosto de André Almeida e Pizzi não passa unicamente pelo que (não) fazem em campo, faz pelo que fazem (mal) como capitães.
Há duas imagens que quero deixar nas vossas mentes e que reflectem tudo o que estes jogadores são como capitães:
- André Almeida, em jogo contra o Rio Ave, Abril de 2018, se a memória não me falha – e pode falhar no mês mas não falha no momento. Fábio Coentrão passou o jogo inteiro a desrespeitar o clube, a insultar, a fazer gestos provocadores, terminando no momento em que desnuda Samaris no meio do campo, tirando os calções ao jogador. Samaris manda-o ter respeito por quem lhe deu de comer, André Almeida agarra Fábio Coentrão aos risinhos e vão os dois abraçados como duas meninas por ali fora.
- Pizzi é mais fácil, porque foi recente. Tão recente que foi no passado domingo. É marcado um penalty a favor do Benfica, por falta sobre Darwin. Toda a gente notava que Darwin estava a sofrer por não conseguir marcar e que o miúdo precisava mesmo de matar o borrego – afinal é um puto de 21 anos que vem com toda a pressão de ser o jogador mais caro de sempre do futebol português. Darwin pede a Pizzi que o deixe marcar o penalty (que seria o 3-0!) e Pizzi recusa. Queria ser ele a marcar o penalty, um golo que não traria muita diferença no resultado mas que traria muita diferença na confiança de um jovem. Mas como o karma é lixado o penalty foi revertido. Pizzi voltou a fazer o mesmo esta quinta-feira contra o Poznan. Mas o karma continua a ser lixado, e o miúdo marcou três golos de assentada.
Os outros capitães são Jardel, que não joga, e Samaris, que não joga. O quinto, no início da época, era Rúben Dias (esse sim, era um capitão de todo o tamanho.) Portanto tinha que se nomear outro para perfazer os cinco que o Benfica costuma ter.
Eu entendo que o critério da antiguidade não fosse aqui o único a ser utilizado, porque daria lugar a jogadores que não têm o mínimo perfil para o cargo – tal como Rafa ou Grimaldo – ou voltaria a trazer o problema de não jogar com assiduidade como é o caso de Cervi. Miúdos identificados com o clube e que jogassem a transpirar mística benfiquista? Todos despachados. E quem sobrava? Poucas opções num plantel cheio de caras novas.
Jesus diz que gosta de ter um dos jogadores novos como capitão para o poder integrar na equipa. Eu digo que isso é uma valente treta. Os capitães mais antigos trazem muitos vícios. E Jesus viu muito bem o que aconteceu a Rui Vitória e a Bruno Lage, cuja caminha foi feita e bem feita pelos capitães. Tendo ali um gajo mais neutro para desempatar Jesus garante-se mais facilmente.
E não é isso que ponho em causa, atenção. Se ele tivesse dado a braçadeira a Vertonghen aplaudia de pé. Tem experiência, tem classe, tem perfil de capitão. Mas, segundo ele, não fala português e isso traz problemas de comunicação – não vejo com quem, se o onze inicial parece uma Torre de Babel, entre o alemão, o grego, o espanhol, o francês e aí sim, o português e nos dias de hoje toda a gente fala inglês.
Eu não digo que Otamendi não tenha essas características, que tem. Mas tem o grave defeito de ter passado pelo FC Porto. De ter festejado na Luz o campeonato por outro clube. Por se ter vestido como uma barraca da Póvoa e ter tido orgulho disso. Por se ter identificado com aquela vara de porcos numa altura da vida, até bem recente.
Desculpem, mas eu sou tradicionalista e vou ser sempre. Pode ser grande jogador, mas nem sequer devia ter vindo para o Benfica. E muito menos, MAS MUITO MENOS, alguma vez usar a braçadeira de capitão do Benfica. Eu sei que os jogadores são todos uns vira-casacas (vide o supra referido Coentrão) mas o cargo de capitão do Benfica já cada vez significa menos e estamos a desvalorizá-lo ainda mais dando-o a alguém que passou pelo rival. Era a mesma coisa que ver um jogador como David Luiz a ir para o FC Porto e a envergar a braçadeira de capitão.
Se calhar os portistas iam gostar, porque ficam mais felizes em “roubar” jogadores ao Benfica do que propriamente a retirar rendimento desportivo ou financeiro deles – e por isso estão falidos.
Mas o Sport Lisboa e Benfica é melhor e maior que isso e merece um capitão à altura daqueles que usaram a braçadeira com orgulho e classe outrora! Coluna e Shéu e Veloso, Humberto Coelho e José Torres, Nuno Gomes e Luisão e Jonas têm que ser sucessor à altura! É PRECISO TER UM BENFIQUISTA COMO CAPITÃO!
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E esse não é Otamendi. Esse é Vlachodimos.
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