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— Quais são as diferenças que o treinador do Benfica identifica para este clássico até em comparação com o jogo da primeira volta?
— Antes de mais, é um jogo muito importante para nós, não é decisivo, mas é um jogo muito importante, em que vamos com a ambição de jogar bem, de ter um futebol ofensivo e de vencer o jogo. Sinto que preparamos muito bem o jogo, principalmente em função daquilo que o FC Porto tem feito nos últimos jogos. Está uma equipa diferente em função também da forma como joga, do sistema em que tem jogado nos últimos jogos. Vai ser mais um clássico. Também prevejo que seja quentinho, como todos os outros. Mas o mais importante é a mentalidade vencedora e a nossa ambição de vencer o jogo.
— Quem está de fora do jogo e qual a razão de prever um jogo «quentinho»?
— Tem sido esse o registo. Quando eu digo quentinho, digo quentinho porque são aqueles jogos que nós queremos jogar, enquanto treinadores, enquanto jogadores. Independentemente do adversário, independentemente de jogar em casa ou jogar fora, a nossa ambição e a nossa mentalidade vencedora têm de estar sempre presentes. Sobre o 11, nós preparámos bem o jogo, temos várias coisas ainda para conversar sobre jogadores, ainda temos o dia de amanhã para decidir. A única confirmação, como vocês já sabem, é o Renato, que se lesionou no último jogo e está fora.
— Martín Anselmi, treinador do FC Porto, disse que o Benfica não pode perder a liderança do campeonato. Dá a sensação de que está a passar toda a pressão para o lado do Benfica. E pergunto também, em função dos comunicados e do ambiente tenso ao longo da semana entre os clubes, se o treinador do Benfica conseguirá deixar tudo isso fora de campo.
— A nossa preocupação, minha e dos jogadores, é estarmos sempre concentrados naquilo que controlamos, que é o jogo. Aquilo que mais quero é que o jogo comece, um jogo de grandes emoções. É um clássico, vencer no dragão não é tarefa fácil, mas nós vamos com essa intenção e essa mentalidade. Sentimos a equipa confiante, está num bom momento e a pressão que nós colocamos a nós próprios é jogar o nosso jogo, independentemente do adversário, e jogar para conquistar títulos.
— Para quem é este jogo mais importante? E como será a questão tática? Quem controlará a partida?
— Para nós é importante, mas não é decisivo. É a forma como nós encaramos o jogo, sobre o lado do FC Porto façam vocês a leitura. Acredito que vai ser um jogo muito dividido e muito rápido. As equipas gostam de jogar rápido e nós também nos sentimos muito confortáveis nisso. E ambas as equipas gostam de pressionar e são muito fortes a atacar a profundidade, são muito fortes nas transições agressivas. Prevejo um jogo muito tático, mas não um jogo amarrado. Um jogo de velocidade, em que a bola rapidamente pode sair da área e em dois ou três passos estar na outra área.
— Estamos perante um FC Porto muito diferente daquele. Mudança de presidente, mudança de treinadores, perdeu o capitão, perdeu referências. É o FC Porto mais frágil que encontra?
— Não cabe a mim, enquanto treinador do Benfica, estar a analisar a vida do FC Porto. O que me cabe é analisar a equipa do FC Porto e preparar da melhor forma a minha equipa para enfrentar o FC Porto. Já disse como é que acho que o jogo vai ser. O FC Porto, nos últimos jogos, já alterou o sistema. Isso é que é mais importante para mim, para eu perceber, para transmitir aos nossos jogadores. Como defender, como atacar, como aproveitar espaços, quais são os espaços que o FC Porto nos oferece. Isto é que é para mim o mais importante.
— Prometeu uma equipa ofensiva no Dragão, sem medo de correr riscos. Não está preocupado com a facilidade com que o Farense marcou no Estádio da Luz?
— Não, não estou. Quando olhamos para o jogo, temos de olhar para aquilo que fazemos. Quer ofensivamente, quer defensivamente. Por acaso tive a curiosidade de olhar para vários campeonatos e quantas vezes vários líderes, quer de Espanha, quer de Itália, quer de Inglaterra, sofreram 2 ou 3 golos contra uma equipa que está em baixa na tabela. Por vezes nós temos de dar mérito ao adversário.
— Pode revelar, sem rodeios, se Tomás Araújo estará na equipa do Benfica? E gostaria de saber se consegue explicar aos adeptos do Benfica o que se passa com Renato Sanches.
— Olhe, não consigo explicar. Estamos sempre ao lado do Renato, recupera sempre muito bem das mazelas, facilmente entra nos treinos, facilmente entra no lote de opções para os jogos, vinha numa sequência de jogos a contribuir para a equipa… Temos trabalhado muito com ele uma posição diferente, de primeiro médio, estava a fazer um jogo interessante — porque é diferente o que se pede — e é com infelicidade que o vemos regressar a um momento de paragem, estamos ao lado dele, do jogador, do homem, ele que recupere rápido porque, quem sabe, ainda o teremos no Mundial de Clubes.
Sobre o Tomás, tem estado num momento em que temos de fazer uma boa gestão do atleta, o mais importante é ter esse cuidado e depois decidir amanhã qual o melhor jogador em função da estratégia. Queremos sempre muita profundidade e o Tomás dá-nos isso, apesar de ser um central. Tem qualidade de cruzamento, integra bem o terço ofensivo, projeta-se e é muito ofensivo no ataque, é isso que queremos naquela posição. Teremos de avaliar e perceber qual a melhor opção para o jogo.
— Bruno Lage não estava no Benfica o ano passado, mas a maior parte dos jogadores estavam, quando foi goleado no Estádio do Dragão por 5-0. Esse jogo foi motivo de conversa?
— Não, nem esse, nem o que fizemos na primeira volta, nem o momento que estamos a viver. O que te interessa é o futuro, é um jogo importante.
— Tem mais alguma baixa para este jogo? E qual é o impacto de ganhar ou perder para o resto da época do Benfica?
— São 3 pontos É importante porque o campeonato aproxima-se do final, nós queremos continuar na liderança e é importante por isso.
— Martín Anselmi repetiu duas vezes o onze, acredita que poderá mudar para contrariar alguma ameaça do Benfica?
— Há coisas que vamos vendo noutros jogos que são importantes para experimentar no jogo seguinte, independentemente do adversário. Por isso pode também haver uma alteração. Eventualmente não fazer a linha de três com o Eustáquio e fazê-lo eventualmente com um terceiro central. Pode acontecer, mas acredito que possa seguir a linha dos últimos dois jogos.
— Pavlidis fez um bom jogo na primeira volta (4-1 para o Benfica), poderá ser benéfico para ele se o FC Porto não apresentar um central de raiz na linha de três?
— Num passado recente muitas equipas têm jogado assim. O Barçomana defendeu assim. Muitas equipas têm defendido com o médio entre os centrais. Mas faz sentido é olhar para aquilo que a equipa tem vindo a fazer quando defronta equipa com este tipo de posicionamento.
— Nos últimos dez anos o Benfica venceu duas vezes no Dragão, uma delas consigo. Conseguiu passar essa experiência aos jogadores?
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— Assim como o jogo que fizemos na época seguinte, em que perdemos 2-3 e terminámos com três homens na frente. Acabámos o jogo com três avançados. Essa é a forma como nós temos de olhar para o jogo. Estarmos o mais tranquilos possíveis, pensar apenas naquilo que temos de fazer, na tarefa que temos de fazer, no lado estratégico, mas acima de tudo no potencial, na qualidade e no talento, quer como equipa, quer em termos de individualidades. Porque nós vamos enfrentar uma equipa com boas individualidades, mas nós também temos grandes jogadores que, num momento de inspiração, podem resolver o jogo. Estamos juntos, estamos juntos como uma família, jogamos como equipa, corremos uns para os outros. Porque queremos muito vencer o jogo.
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